sexta-feira, 20 de março de 2015

O coronelismo da ciência.



O coronelismo da ciência.




Um novo coronelismo foi implantado. Saiu da política e ressurge agora pela ciência; e em nome da ciência. O sistema denominado de coronelismo surgiu do enredo político, onde supostos coronéis sem farda e sem divisas sobre os ombros, mas por muitas das vezes portando uma arma. Eles definiam os votos antes das eleições, e quem deveria ganhar as referidas eleições. Para então controlar e administrar com ares de militares, um determinado lugar. Em um tempo de governo militar, os ex-militares ou não militares se apossavam de títulos e patentes da caserna para governar e dominar, um espaço geográfico longe das capitais estaduais. Políticos do interior se investiam de patentes oriundas das academias militares, e tomavam o poder diante um grupo de interioranos, que não tinham o acesso ao conhecimento e a informação. Pessoas humildes que acatavam as posições e as decisões dos coronéis.

Agora os denominados pesquisadores, mestres e doutores, em nome da academia da ciência e do conhecimento, tentam ganhar um controle de atividades relacionadas às suas renomadas ciências por eles definidas e estudadas. Atividades de cunho científicos realizadas no campo, nas regiões interioranas e rurais. Levam seus conhecimentos ao interior buscando beneficiar a cidade, onde funcionam suas sedes e seus quartéis. Aumentam produções e plantações, criam critérios de qualidade, administração e contabilidade. Alegando e prometendo prosperidade. Avaliam pelo lado da produtividade e defendem suas ideias, por definirem critérios de analise, controle e nutrição, sobre um povo carente, de recursos e conhecimento, em processo de desnutrição e desidratação. 

Agora a ciência baseada em cálculos e tabelas com informações do passado, tenta adivinhar e prever um futuro climático e meteorológico, baseando-se em dados pluviométricos, por longos tempos anotados. Uma nova sociedade de coronéis saindo em campo para coletar dados e informações, com seus soldados de sentinela em barragens e plantações. E com dados coletados lançados em computadores, tentam prever secas e inundações, chuvas e estiagens; veranicos em microclimas. Com modelos matemáticos tentam controlar o consumo e o uso das reservas retidas de água, sobre o solo e no subsolo. E paralelamente vão construindo modelos e convencimentos de uso e reuso das águas e das plantações. 

Outros renomados pesquisadores da gastronomia com referenciais de gourmetização e nutrição, criam receitas na cidade. Ao longo de uma história já criaram receitas com aproveitamento de folhas e cascas. Agora criam usos e reusos de águas de cozimentos, criando novas receitas e novos modelos de alimentações.

Em nome da ciência os pesquisadores renomados e respaldados, por instituições de fomento e pesquisa. Intitulados, de mestres e doutores coletam uma quantidades de dados e informações históricas. E dizem aos quatro ventos, ter um determinado conhecimento. A velha regra do ditado corolário de quem tem uma informação detém um poder.

Com seus dados encapsulados fazem cálculos, projetam em gráficos cartesianos curvas e retas, calculando desvios padrões e aproximações. Estatísticas e repetições. Baseados em seus cálculos e seus gráficos, produzem tabelas e projeções. Com dados do passado estimam um futuro. Não avaliam nem estimam a trajetória da Terra no espaço. Não avaliam a Terra como uma astronave errante dependente do Sol. A Terra segue pelo espaço infinito por caminhos em que o Sol com seus planetas seguindo suas órbitas, vão juntos passar. 

Enquanto a terra gira no espaço criando dias e noites, diferentes uns dos outros, as tabelas e cálculos baseados em um passado de dados coletados, tentam adivinhar um futuro dominado pelas leis e critérios da natureza.

Com os dados coletados no passado, não calculam ou computam tudo que o homem modificou na natureza, comprometendo os futuros dados analisados que não param de ser coletados. Não estão incluídos em seus dados os efeitos colaterais das urbanizações e suas influencias na atmosfera e na hidrosfera. Como também não estão incluídos os desmatamentos, emissão de gases poluentes, e outros temas mais diversos, ou seja, outras modificações: demográficas, geográficas, geológicas, climáticas, meteorológicas; sociais e antropológicas. E tantas outras ciências e estudos que possam ser enumerados.

RN, 20/03/15
Roberto Cardoso
Técnico em Meteorologia / Desenvolvedor de Komunicologia

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