segunda-feira, 21 de outubro de 2013

GQ & QG (8)


Gestão da Qualidade e Qualidade da Gestão (Parte 8)

 

Um antigo ditado popular diz que o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil, e as formigas continuam carregando a nossa plantação para fora do país (“Santo do pau oco e o contrabando de minerais”. Fev/2013 por: Cardoso R.). Agora com mais evolução e tecnologia transportam a produção em aviões e navios, otimizando o tempo de transporte e as variedades de modais e embalagens. Exigindo uma qualidade cada vez maior dos produtos, determinam e fornecem as sementes que devem ser utilizadas, restringem determinados produtos agrícolas, que eles mesmos inventaram outrora, como uma solução para a lavoura. Analisam a água utilizada e mecanizam a lavoura vendendo seus próprios equipamentos, denominados agora de implementos agrícolas.

Maquinas e equipamentos agrícolas são climatizados, para melhor conforto do operador. Possuem sistemas de iluminação que possibilitam um trabalho noturno, tornando a agricultura extensiva uma rotina de 24h. Conectados a satélites por equipamento GPS, permitindo assim uma antecipação do volume da safra durante a colheita. Quem detém as informações de colheita detém um controle do mercado, um controle da bolsa de mercadorias, disputada em bolsas internacionais.

Vão assim transformando e estocando nossas mercadorias e matérias primas em seus grandes formigueiros de alem mar. Acabaram com as suas reservas minerais. Agora agregam valores a seus produtos e serviços, que tem mais valor nas suas cotações em dólares. Estão sempre à frente na história antecipando os destinos do planeta, controlando os rumos econômicos, financeiros e geopolíticos.

Dentro dos seus próprios conceitos descobriram novas terras, com autorização da Igreja declaram-se donos destas novas terras descobertas. Como colonizadores, exploraram o que podia ser explorado com as tecnologias e necessidades da época. Continuaram a explorar outras áreas do planeta. Como imigrantes determinaram o que plantar. Como se semeia, como se cuida da plantação e como se colhe a produção. Continuam a exercer atividades no setor primário, secundário e terciário, agora com valores agregados de tecnologia e tempo de pesquisa, tempo de civilização e tempo de conhecimento. Cuidam de tudo, para se prevenir das condições adversas, do frio, da fome e da guerra.

Povos estrangeiros sempre foram as nossas ameaças externas (Threats) e mal conseguimos unir nossas forças (Strenghts) para enxergar algumas oportunidades (Opportunities) para diminuir nossas fraquezas (Weaknesses) e contornar as nossas necessidades. Nos ensinaram a analise SWOT e não percebemos que precisamos uma analise SWOTN (and Necessity, need). Identificamos nossas necessidades, mas não a solucionamos satisfatoriamente, contornamos fazendo de conta que não existem e mais tarde elas aparecem com outros sintomas e outras características, e o ciclo continua "Tudo como dantes, no quartel de Abrantes", uma expressão idiomática de origem histórica.

Aprendemos a lição tal qual nos é ensinada. Para iniciar uma boa gestão da qualidade é preciso uma analise SWOT - Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Traduzimos mas não entendemos que pode ser usado a terminologia FOFA ─ Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças. Traduzimos e não aplicamos, ocorre o status no uso da versão original, a histerese do habitus.

Não traduzimos tudo que é importado para ter uma oportunidade de trabalhar em uma multinacional. Mas todo poder que dita uma regra a ser seguida gera argumentos e instrumentos para ser derrotado. Com o tempo descobre-se o calcanhar de Aquiles ou como usar a funda de David.

Fatores internos são aqueles que podem ser controlados e fatores externos aqueles que não podem ser controlados, e os países chamados desenvolvidos sempre foram os fatores externos incontroláveis. A economia de bens e produtos tem por finalidade atender o mercado externo, mas não atende o mercado interno procurando criar uma força interna maior e capaz de pelo menos se equilibrar com as forças externas.

 

Jornal Metropolitano

Parnamirim/RN

 
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  21/10/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
 
 

 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

GQ & QG (Parte 7)


Gestão da Qualidade e Qualidade da Gestão (Parte 7)

 

A história infantil dos Três Porquinhos e o Lobo Mal mostrou a evolução e a qualidade dos materiais de construção. Mostrou que tipo de material deve ser utilizado na construção civil para ter uma construção sólida, resistente às intempéries. Conhecimento aprendido desde a época que era um hábito contar e ouvir histórias. Um conhecimento inculcado às crianças, o objetivação do melhor.

Hoje importamos modelos de analises da gestão da qualidade, Quality Management, conceitos americanos e americanizados. Vem ocorrendo uma epidemia com uma febre de ISOs. Conceitos e modelos que buscam a Total Quality Management, a qualidade total dos processos administrativos, comerciais e industriais.

A mecanização da agricultura também caminha para um processo de produção com modelos de uniformidade. Produtos agrícolas de padrões uniformes com forma, peso e tamanho stadartizados, textura, sabor e padrão. Modelos alcançados com padronização de plantio e colheita, resultados de pesquisas genéticas e mecanização, desde a produção da semente à colheita do produto. O agricultor planta o que o mercado pede e o mercado paga o que lhe convém e agrada. E o agricultor só consegue vender aquilo que o mercado exige: o melhor dentro do seu próprio conceito. Vivemos a eterna posição de terceiro mundo, de dependência de produtos, de serviços e de conceitos, o subdesenvolvimento tecnológico e racional.

Enquanto a agricultura se padroniza, revivemos a época do santo do pau oco. No passado metais e pedras preciosas eram retirados do nosso território ocultos em estatuas de santos, ocas, confeccionadas para este objetivo. Hoje outro mineral precioso tem sido retirado do país, agora de forma legal, a água.

A água é utilizada no abastecimento e irrigação da agricultura em uma região onde reina a seca. Frutos são bem cultivados, são bem cuidados no seu manuseio e são exportados a países que não possuem grandes reservatórios de água potável.

E o “Sistema S” vai construindo e formando os novos personagens de um novo feudalismo, agora são empreendedores, microempresários e empresas individuais. O tempo do feudalismo vivido na Europa esta chegando agora no Brasil.

Usamos modelos estrangeiros de vocabulários importados, que mesmo traduzindo suas palavras, não entram no vocabulário nacional, não são assimiladas e nem utilizadas no dia a dia, dá-se preferência ao estrangeirismo. Análise da matriz SWOT ─ Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Nacionalizando, seria uma analise FOFA, de Forças e Fraquezas, de Oportunidades e Ameaças.

Profissionais para mostrar uma importância e um destaque, utilizam-se do jargão internacional, justamente para mostrar que estão conectados e atualizados com as grandes descobertas. As chamadas poderosas ferramentas de gestão da qualidade.

Possuímos bagagem cultural, conhecimento e profissionais capacitados para criar modelos próprios, Como manuais MIRNAs (Modelos Indicadores de Resultados Norteados por Ações), e manuais MARINAs (Modelos Avançados para Resultados com Indicadores Norteados por Ações). As mulheres tem uma herança de conhecimento das bruxas, que com suas poções de elementos da terra criam e criavam soluções, e com suas vassouras de um lado para o outro voavam e espanam o indesejável.

Todos os modelos estão moldados na observação e nos resultados. O Brasil foi descoberto por uma elite dominante no século, mas nossos antecedentes naturais já estavam aqui radicados, cuidando, plantando e colhendo. Temos os conhecimentos de nossos antepassados, e a mulher esta mais ligada á terra do que o homem.

 

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Entre Natal e Parnamirim/RN ─  01/10/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)