sexta-feira, 12 de julho de 2013

Gestão da Qualidade e Qualidade da Gestão


Gestão da Qualidade
e
Qualidade da Gestão

 

A educação está em pauta e está nas ruas. A sociedade estudantil tem ido às ruas para cobrar um novo modelo educacional e político, uma política de educação, com maiores recursos financeiros e estruturais. Quando o país não vai bem, passa a ser a educação culpada de todos os erros e atropelos, o foco do problema está nas causas e nas faltas. Falta de investimento em estruturas e falta atualização dos professores, estruturas físicas e organizacionais. Começam as buscas de erros e acertos com a intenção de aprumar os rumos e descobrir um novo norteamento. Quem sabe uma mudança de paradigma. Afinar os motores do desenvolvimento, o estruturado fornecendo condições estruturantes.

O pensamento atual é cartesiano. A visão cartesiana exclui o mundo, define rumos e metas baseando-se em gráficos e números, e o mundo é exercido por pessoas, por atores sociais. Descartes intuiu e deduziu que pensava, mas não identificou o que pensava, se alguém pensa, logo pensa em alguém ou em alguma coisa, em algo, em um objetivo. Pensadores do segmento de gestão de pessoas (RH) vão mudando suas visões e teorias. Controles de pessoas e de recursos humanos vão se humanizando mais, definindo os colaboradores agora como pessoas e grupos lideráveis.

Um público seleto e otimista reuniu-se em um hotel da cidade de Natal/RN (08/07/13), para discutir e ouvir assuntos pertinentes à educação básica e profissional para o desenvolvimento do RN. O evento aconteceu em Praiamar Natal Hotel & Convention, onde autoridades e especialistas debateram pontos fortes e pontos fracos do tema central. As forças (Strenghts) e as fraquezas (Weaknesses), buscando e destacando as saídas e as opções, as oportunidades (Opportunities) e as ameaças (Threats), para o desenvolvimento do estado do RN. O evento aconteceu com uma linguagem simples e adequada ao público, evitando modismos e americanismos da gestão e da administração. Estiveram presentes representantes da esfera federal, estadual e municipal, exibindo planos e novos planos da educação superior e educação profissionalizante de segundo grau. Foi a oportunidade de dirigentes, coordenadores e professores ouvirem e discutirem entre si e com aqueles que representam os ambientes das salas de aulas.

O ponto culminante do evento foi a aula/palestra de Gabriel Chalita, personagem com um currículo de professor, escritor, advogado, jurista e Deputado, coberta pelo tema “Gestão e qualidade da educação básica”.

Em uma época que ganhos eram produzidos pela manutenção de dinheiro em bancos e aplicações financeiras a economia já foi criticada pelo uso da linguagem do economês que só os peritos na matéria compreendem. Hoje está no pódio a administração e a gestão da qualidade que se utilizam de nomenclaturas importadas causando um não entendimento a quem não pertence e não tem conhecimento da área e da causa. E qualidade começa dentro de casa, qualidade de vida e de alimentação.

O Brasil é um país originalmente descoberto e colonizado pela realeza europeia peninsular. Um país de dimensões continentais, mas ainda não perdeu sua posição de colônia perante o mundo, o modelo e a condição de dependência ainda estão no sangue do brasileiro. O modelo e a posição de dependente ficaram encravados, imbuídos na cultura. Viveu, vivemos de modelos tayloristas, fayolistas e fordistas. Nas faculdades, disciplinas da teoria da administração começam a partir da Revolução Industrial. Onde sequer é citado nomes brasileiros empreendedores como o Barão de Mauá que implantou a primeira estrada de ferro brasileira. O mundo voa em Boeings e Airbus, aviões americanos e europeus, mal nos lembramos de que o primeiro homem a voar com um mais pesado que o ar foi um brasileiro, que ainda jovem dirigia o carro da família e despertava interesses em assuntos aeronáuticos.

Como um dos exemplos em sua explanação, Gabriel Chalita em sua palestra citou o escritor Machado de Assis que de origem pobre ouvia histórias que sua mãe adotiva contava antes de dormir, histórias interrompidas pela narradora para que o fim pudesse ser contado no dia seguinte. As histórias ouvidas sem um fim proporcionaram a Machado de Assis imaginar uma diversidade de encerramentos e finalizações, proporcionando um ganho de imaginação e conhecimento, podendo imaginar diversos desfechos, que seriam desvendados no dia seguinte sem contudo, causar um ponto desmotivador por não ter idealizado o que realmente aconteceu, mas aumentou a gama de soluções a outras situações. Chalita ainda fez comentários sobre a obra e as ideias educacionais de Anísio Teixeira copiado pelo Chile e Paulo Freire adotado nos EUA, brasileiros desprezados por brasileiros, adotados por estrangeiros.

Ainda Chalita. Ele fez comentário interessante sobre um mestrando ou doutorando ser arguido pela sua banca de defesa e não ter uma resposta de imediato como pudessem desejar alguns membros da banca. Chalita entende que um mestrando ou doutorando que tenha estudado determinado assunto por um período de dois a quatro anos tenha um conhecimento profundo do determinado assunto muito maior do que a banca e que não possa, e não deva, ser duvidado de sua sabedoria por algum membro da banca de avaliação. Baseando-se na opinião de Chalita podemos transpor a ideia a um curso de graduação, onde o professor tem dois meses para preparar uma prova (com avaliações bimestrais), podendo consultar provas anteriores, anotações e livros, ao passo que um aluno só terá uma hora para responder a mesma prova sem direito a consulta. E ainda devera responder tal qual o professor ensinou. Não devendo, por exemplo, responder em uma prova que um dividido por dois é igual a seno de 30 ou que dois mais dois é igual a raiz quadrada de dezesseis. Há professores que não compreendem que seis é igual a meia dúzia. Hoje já não se aprende em uma faculdade, decora-se o que o professor falou.

As opiniões de Chalita remetem ao pensamento do sociólogo Pierre Bourdieu que escreveu um livro e disse que o mesmo era um livro para ser queimado (Homo academicus. 1984,1992 em Paris e 2011 em Florianópolis). Um livro expondo sua opinião sobre professores universitários que disputam títulos entre si para não perder suas posições, colocando obstáculos de informação e conhecimento para que outros não cheguem a seu lado para disputar uma cadeira ou posição. Distinguem-se hoje entre si, os professores, por portadores de títulos de especialistas, mestres e doutores. Um fato muito comum, podemos observar em seminários e congressos onde a cada apresentação oral o palestrante é apresentado com base em títulos adquiridos aqui e acolá, dando-se maior ênfase a títulos adquiridos em universidades e instituições estrangeiras. Uma nova classe vem surgindo e se posicionando recentemente no meio acadêmico, a de pós-doutores. Criando assim os mais uma classe de destaques, os símbolos do conhecimento específico.

Chalita demonstrou no evento e vem demonstrando em seus livros que é uma pessoa de conhecimento jurídico, ético, didático e religioso. Embora deva usar seus cientificismos cartesianos em seus trabalhos e suas tarefas, não esconde um olhar religioso em seus escritos. Aproveitando o gancho criado e deixado por Chalita vale lembrar aqui que a Igreja Católica divide os anos em três classes, anos A, anos B, e anos C. O ano de 2013 é um Ano C, consequentemente o ano de 2014 será Ano A, ou seja, um reinício, uma chance de renovar e recomeçar. As manifestações nas ruas já parecem demonstrar isto, algo vai mudar este ano (2013) e provavelmente algo vai recomeçar no próximo ano (2014). Que seja para melhor, com certeza será com os objetivos de Deus ou do Maestro oculto como diria Bourdieu. Tem um momento que a sociologia e a história não podem prever o próximo passo da sociedade, mas o mundo seguirá aos objetivos do Maestro oculto.

Hoje importamos modelos de gestão da qualidade (GQ), Quality Management, com conceitos americanos e americanizados, uma epidemia de certificações ISOs, invade nossas vidas e nossos comportamentos. Conceitos e modelos que buscam a Total Quality Management, a gestão da qualidade total (GQT), dos processos administrativos, comerciais e industriais, com as denominadas poderosas ferramentas de GQ.

O “Sistema S” vai construindo e formando os novos personagens de um novo feudalismo. Empreendedores, microempresários e empresas individuais, são os novos artesãos. A informática permite a realização de tarefas a distancia, em escritórios remotos.  

Modelos estrangeiros importados, que mesmo traduzindo suas palavras, não entram no vocabulário nacional, não são assimiladas e nem utilizadas no dia a dia, dá-se preferência ao estrangeirismo. Análise da matriz SWOT [1], ninguém diz que é uma análise da matriz FOFA [2], considerando fatores internos (que podem ser controlados) e fatores externos (que não podem ser controlados). FOFAs internas e externas, mas dá mais ênfase verbalizar dizer que fez uma análise SWOT. Um especialista tem que demonstrar seu capital de conhecimento, um capital adquirido e reconhecido por uma comunidade empresarial ou científica.

[1] SWOT - Origina-se das palavras inglesas: Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).

[1] FOFA - Iniciais das palavras: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças
 
O ensino a informação e o conhecimento são as bases do saber. Um bom ensino gera bons conhecimentos. Novos conhecimentos geram novos ensinos. O ser humano nasceu para aprender, não importando os meios. O estudo da psicologia já mostrou que acriança aprende por meios orais e anais. Aprende a perceber o mundo exterior a partir de suas sensações. O homem primitivo aprendeu com o ambiente a sua volta, observado e experimentando, analisando os resultados, os resultados daquilo que ingeriu. Os antigos aprenderam as funções das plantas pelos usos e abusos.

O momento político é propício, o momento astral também, ao desenvolvimento de um pensamento nacionalista e regional de gestão da qualidade. Sugiro o modelo denominado MIRNA (Modelos de Intenções e Realizações Norteadas por/pelas Ações). Uma ferramenta mestra e padrão que possa atender necessidades pessoais e particulares, bem como as necessidades comerciais e industriais.

O modelo MIRNA, um modelo que para desenvolver tarefas como: melhorar, identificar, restabelecer, nortear, e administrar. As Atividades: de metas, de índices, de recordes, de normas, e de atividades. MIRNA, modelos que identificam resultados ou resoluções nunca avistadas.

Antes de tomar uma decisão se faz necessário cercar-se de certezas e informações para ter mais propriedades e conhecimento para tomar a decisão acertada com menor risco de erro. Um roteiro de tomada de decisões é como um totem ou um altar onde podemos buscar orientações buscando a direção, o caminho a ser tomado.

As chamadas ferramentas de Gestão da Qualidade (GQ), tal como as estratégias de novos comportamentos em Programação Neurolinguística (PNL), estão baseadas em ações e procedimentos formadas por um conjunto de ações e normalmente denominadas por um conjunto de letras com sonoridade que proporcionem facilidade a compreensão, memorização da sequencia, e realização das tarefas.

Um novo modelo profissional vem surgindo, o Coaching, também importado. Um modelo americano com raízes na Grécia antiga. Um modelo baseado em PNL conhecimento e informação. É a vênia com o chapéu alheio, mas o mundo tem rumos ainda não compreendidos, só o tempo dirá, e terá respostas de uma nova mudança.  

A palavra MIRNA tem cinco letras, tem sonoridade, e a mesma quantidade de dedos que possuímos em uma mão dando condições e permitindo uma facilidade da contagem dos passos do processo. Tal como um dia provavelmente alguém ao contar ou vender a sua produção de milho.

Não tendo acesso ao conhecimento, desconhecendo o uso dos números por não saber contar, alguém juntou montes de milho com a quantidade de espigas equivalente aos dedos das mãos, dez. Pode ter feito um lote sobrepondo espigas com linhas de quatro, de três, de duas e de uma, em forma de pirâmide. Hoje ainda é comum usar o termo uma mão de milho que corresponde a cinquenta espigas, ou seja, os cinco dedos de uma mão que correspondem a cinco lotes de dez, totalizando cinquenta. Mesmo sem conhecer números ou letras alguém em algum momento utilizou o sistema numérico com base dez, usado até hoje. O conhecimento parte da prática, enquanto a academia teoriza com a justificativa do cientificismo.

Uma tarefa ou reunião já pode começar com um modelo MIRNA: Marcar, Informar, Reunir, Nortear e Atingir/alcançar. Marcar a data com antecedência; informar a pauta da reunião; reunir as pessoas certas; nortear o encaminhamento da reunião; atingir ou alcançar os objetivos.

 

 

 

Encaminhado ao Jornal Tribuna do Norte

 
Natal - Parnamirim/RN ─  12/07/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
Cientista Social
Jornalista Científico
Reiki Master & Karuna Reiki Master
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)
 
 
No período de  julho/2013 a outubro/2013 estarei concorrendo ao PREMIO DESTAQUES DO MERCADO na categoria Colunista em Informática da publicação mensal Informática em Revista.
 
 
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[1] SWOT - Origina-se das palavras inglesas: Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).
[2] FOFA - Iniciais das palavras: forças, oportunidades, fraquezas e ameaças

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